quarta-feira, 31 de julho de 2013

Liga faz 28 anos e confirma novo jantar para outubro

Liga Feminina de Combate ao Câncer de Tapes confirmou para o dia 5 de outubro, no Salão Paroquial, às 21h, a realização de mais um jantar dançante. Este será o segundo evento do ano neste gênero, promovido pelas voluntárias da entidade, que presta importante serviço filantrópico e social às vítimas do câncer na cidade.
A entidade, que no último dia 22 de julho, completou os 28 anos de existência, atua sem fins lucrativos e, conta, na maior parte das vezes, com a colaboração de pessoas anônimas da sociedade, entidades parceiras, de empresas e de empresários, a fim de atender as suas necessidades de oferecer às pessoas necessitadas e enfermas, sobretudo, desde roupas a medicamentos, caros, inclusive, na maior parte das vezes, para o tratamento e cura das vítimas desta doença.
Para mais esta promoção, as voluntárias da Liga contam com a compreensão e colaboração da sociedade para que o evento tenha o mesmo êxito das demais edições. As contribuições para o jantar vão desde presentes, que serão sorteados na ocasião à doação de alimentos para a elaboração do jantar.
Segundo a presidente da entidade, a voluntária, Emília Pereira Salatti, serão comercializados para este evento 400 ingressos, ao valor de R$ 22,00-masculino e feminino. Crianças a partir dos seis anos de idade pagam R$ 10,00. Às vendas têm início em setembro, com as integrantes da Liga, ou junto à sede social, diretamente, sempre às terças-feiras, à tarde, das 14h às 17h, na rua Coronel Pacheco, ao lado do Mercado Público.
De acordo com a presidente da entidade a renda das promoções são voltados ao atendimento dos casos em que a Liga auxilia com objetos como fraldas, remédios, roupas, alimentos e, até, no transporte para outros centros de saúde, onde as pessoas enfermas seguem seus tratamentos.
Mais não é somente de jantares que a Liga de Combate ao Câncer de Tapes sobrevive, ela também realiza, sempre no mês de novembro, uma ação denominada como o Dia do Quilo. Esta iniciativa, junto à rede de supermercados da cidade, às voluntárias, divididas em grupos, recebem donativos em alimentos dos clientes destes estabelecimentos comerciais.
Os donativos, em dezembro, são entregues em cestas básicas, às famílias mais carentes do município, “não somente para quem tem essa enfermidade ou receba o nosso auxílio” esclarece a presidente, Emília Salatti. Atualmente, a Liga tem cadastrados 35 pessoas portadoras desta enfermidade, o câncer, contudo, esse número já chegou a 60 pessoas, muitos, infelizmente, que já perderam a luta para a doença.
Outra ação social bem sucedida pelas voluntárias da Liga Feminina são os Brechós de inverno e de verão. Neles, os interessados em peças de roupas usadas, e, em bom estado são vendidos a preços simbólicos, em promoção na Praça Rui Barbosa. Porém as peças que não são comercializadas são doadas para quem mais necessita, nos bairros da cidade. A animação do segundo jantar dançante da Liga Feminina de Combate ao Câncer de Tapes, em outubro, será de música, ao vivo.           
Exclusivo:
Matéria: Bira Costa

Justiça Eleitoral nega novo recurso sobre processo de cassação contra prefeito e vice de Sentinela do Sul

Defesa conseguiu anular todas as 10 acusações e classificou o caso como pura ‘fofoca’

Embora não seja definitivo e, passível ainda de um novo ingresso de recurso, em terceira instância, desta feita, junto ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em Brasília, à decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS), julgado improcedente em sua primeira instância, na Comarca de Tapes, e, por fim, na segunda instância, na justiça da Capital, da mesma forma, em favor do atual governo eleito de Sentinela do Sul, (PP e PDT), que venceu o último pleito eleitoral, em 2012, com o slogan “Sentinela Segue em Frente”, com pouco mais de 220 votos, contra o segundo colocado nas votações municipais, da coligação, União Liberdade e Igualdade, (PTB-PMDB e PSB), composta pelos candidatos, a prefeito, Airton Stein (PTB) e seu vice, João Ítalo (PMDB), traz aos vencedores a garantia da tranquilidade.   
De acordo os advogados que fizeram a defesa do atual governo de Sentinela do Sul, o colegiado do TRE votou mais uma vez como “improcedente”, nesta semana, na terça-feira, dia 30/7, por unanimidade, o processo de investigação judicial que pedia a cassação do prefeito eleito se seu vice, Julio Cesar Carvalho (PP) e Mário Dantas Carvalho Dias (PDT), acusados de uma série de irregularidades durante o pleito de 2012.
Segundo os advogados, a sentença que confirmava a inexistência de 10 irregularidades como favorecimento à coligação vencedora, ao longo da eleição daquele município, já havia sido proferida pela juíza da Comarca de Tapes, Maria Aline Cazali de Oliveira.
Mas, uma nova contestação, desta vez ingressou no TRE-RS. No recurso da oposição, foi alegado dentre diversos fatos a participação e o favorecimento da Brigada Militar e da Promotoria de Justiça durante o pleito. Em um dos trechos, “havia alegações de que a Promotora de Justiça, Carla Pereira Rego Flores Soares, teria participado de caminhadas e churrascos durante a campanha eleitoral, apoiando o atual prefeito e seu vice”, diz membros do governo municipal.
“Contudo, este fato jamais ocorreu”, enfatiza os advogados de defesa. Dentre as demais denúncias, que visavam à cassação do mandato dos candidatos eleitos por Sentinela do Sul, estavam que as urnas eletrônicas haviam sido fraudadas. Neste ponto, no mesmo mês de outubro de 2012, uma auditoria foi realizada nas referidas urnas e, com a presença de todos os envolvidos e da grande mídia, o caso foi arquivado.
Para o chefe do Cartório Eleitoral em Tapes, José Antonio França Pedroso, a oposição até tem o direito de uma eventual terceira tentativa de recurso à decisão do colegiado do TER-RS, “é um direito que eles têm”, mas, conforme a decisão, já em poder do Cartório local, todos os fatos envolvendo as eleições da cidade de Sentinela do Sul foram, agora, explicados.
“A tranquilidade que se tem agora, beneficia a todos, tanto os eleitos quanto o nosso trabalho, mesmo que indiretamente, sobretudo, o governo eleito, que tem como nós, o reconhecimento de que tudo fora feito de modo tranquilo e seguro”, salientou Pedroso.  
Já o advogado de defesa, rebateu todos os pontos apresentados nas denúncias. “Outros pontos da acusação que também foram declarados improcedentes diziam respeito utilização da máquina pública em troca de votos, fraude em pesquisa eleitoral, entrega de ranchos e dinheiro a eleitores, perseguições internas, bem como, o favorecimento de jornais da região para com os eleitos. Entretanto, de igual forma, as alegações sequer continham provas mínimas para prosperar, sendo desconsideradas pelo tribunal”, afirmou o advogado, Décio Itiberê.
O advogado refutou ainda que este processo nascera todo já “sem fundamento”. “Desde o início, os fatos vieram sem comprovações concretas, verdades. Todo o processo foi ‘tumultuado’, houve, inclusive, ‘armações’ envolvendo pessoas ligadas aos acusadores. As declarações contidas nos autos eram inverídicas, tinham até pessoas sem instrução em certas declarações. Houve, portanto, muita fofoca”, ressaltou o advogado, Décio Itiberê, que considerou todo o caso como um “desgaste mútuo”.
Por fim, o advogado, Décio Itiberê, colocou que em nenhum momento temeu defender este caso, envolvendo as eleições em Sentinela do Sul, e reafirmou que os riscos eram “zero”, creditando tudo à verdade. “Com todos os fatos explicados, temos agora, mais tranquilidade para que esta gestão municipal possa trabalhar em prol dos cidadãos, mais a maior tranquilidade está na própria decisão do Tribunal”, concluiu.
Prefeito se diz sem mágoas e aliviado
Para o prefeito eleito, Julio Cesar Carvalho, a decisão do TRE já era aguardada. “Este processo movido contra mim e meu vice era um absurdo. Um devaneio daqueles que não sabem respeitar a vontade popular, a democracia e a liberdade”, afirmou Carvalho.

O prefeito eleito, Julio Cesar afirma ter sofrido muito durante todo este período, mas que não ira guardar mágoas. “Só quem é vitima de injúrias e de injustiça sabe quanto mal isso faz. Este processo inconsequente trouxe muito sofrimento para todos nós que fomos eleitos de forma limpa e honesta. Não guardarei mágoas, pelo contrário, torço para que estes que atacaram de forma irresponsável a mim, a Brigada Militar e a Promotoria de Justiça amadureçam e comecem a trabalhar pelo bem da cidade. Ou então, que deixem de lado a vida pública, pois na política não há lugar para revanchismo” finalizou Carvalho.
Todo o processo pode ser acessado por este endereço eletrônico:


segunda-feira, 29 de julho de 2013

Rainha e Princesa dos motociclistas acolhem visitantes

As representantes dos motogrupos de Tapes, princesa, Andressa Berta Christmann (18) e a rainha, Débora dos Santos Barbosa (19), foram as meninas responsáveis, em nome dos motogrupos de Tapes, em recepcionar os motociclistas convidados para o encontro em homenagem ao Dia do Motociclista, realizado no último domingo (28), no centro da cidade.
As meninas escolhidas em concurso, em março, por ocasião do 1º Tapes Motofest, falaram que colhem, até hoje, os frutos da popularidade que o cargo lhes proporcionou. Para elas, o convívio com o “universo” do motociclismo, tem sido uma experiência em que ambas conquistaram, acima de tudo, novas amizades.
“Hoje, sou mais conhecida pelas pessoas por onde circulo e, o evento do Tapes Motofest serviu para abrir caminhos”, disse a princesa Andressa, que revela estar em vias de adquirir uma moto, motivada pelo envolvimento com esta cultura sobre duas rodas.

O mesmo sentimento é compartilhado pela rainha, Débora Barbosa, que afirma estar gostando de conviver com esta nova cultura da moto “é algo muito interessante e tem gente boa e divertida”. A corte do evento esteve durante toda a promoção atendendo os visitantes e auxiliando a organização.
Motogrupos celebram o Dia do Motociclista com chimarrão

Os motogrupos de Tapes e de outras cidades se reuniram no domingo (28), ao longo da tarde, em Tapes, na Praça Rui Barbosa, para celebrar a data do Dia do Motociclista, marcada no calendário sempre no dia 27 de julho. No centro da Tapes, vários motociclistas destacaram da satisfação de percorrer quilômetros em estrada, em busca de um único sentimento: a liberdade.
 Mas a renovação da amizade mútua entre os estradeiros também faz parte do espírito que os move; tanto os homens quanto as mulheres, cada um sobre as rodas de sua moto, nas mais variadas cilindradas.
Para o tapense, Sérgio Mandrial e a esposa, Patrícia Furmiga, donos de uma moto VBlade 250CC, este tipo de confraternização renova o ideal de quem adora a moto e tudo o que envolve essa cultura. “É um prazer imenso ter esta confraternização com pessoas com as quais nos encontramos em outros eventos”, manifestou o motociclista Sérgio.

Ele explicou ainda que essa celebração em Tapes já serviu para promover e reforçar a data do 2º Tapes Motofest, em 2014. Dos motogrupos presentes, dois de Guaiba. Os integrantes falaram da iniciativa dos colegas em promover esse encontro em Tapes.
Conforme, José Orlando Munhoz (59), do motogrupo, “Vagabundos do Asfalto”, que surgiu em 1978, somente a confraternização com os motociclistas tem um valor especial. Para a outra visitante, Janete Dutra, andar sobre duas rodas por diversos lugares do estado, sentindo o prazer da liberdade e de novas amizades, tem sentimento único.

Segundo o fundador do motogrupo, “Gladiadores do Asfalto”, de Guaiba, tapense de coração, “Jesus”, conhecer lugares e pessoas vale toda a preparação e esforço sobre duas rodas. De acordo com um dos promotores deste evento, Cássio Santos, a celebração ao Dia do Motociclista, teve além do bom tempo, condição para que os motociclistas pudessem se deslocar até o evento de modo seguro, um clima de amizade e de muitas brincadeiras ao longo da tarde, entre aqueles que estavam com sua moto no local.

“Quero agradecer a presença e a colaboração de todos. Os motociclistas são pessoas que respeitam as leis de trânsito e buscam não se envolver em acidentes, sobretudo, se envolvem com as comunidades e geram renda ao comércio local”, concluiu Cássio Santos.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

DAER garante recuperação de rodovias em Tapes, Sentinela do Sul e obras de início em Cerro Grande do Sul

Fonte: Imprensa/DAER
Edição: Online Assessoria/Comunicação & Jornalismo
Em: 23/7/2013-16h
Fotos: Jr de Farias/Prefeitura de Tapes

“Assinamos a ordem de início para a retomada das obras na ERS-715, que dá acesso a Cerro Grande do Sul”, anunciou o diretor-geral do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), Carlos Eduardo Vieira, ao prefeito do município, Sérgio Costa, e vereadores. Vieira esteve hoje (23) na Câmara Municipal juntamente com o diretor de Infraestrutura Rodoviária, Laércio Toralles, para falar sobre a situação da rodovia.De acordo com o diretor-geral, a paralisação ocorreu devido a problemas no contrato e no projeto, ambos de 1998.

“O contrato não dispõe de recursos financeiros suficientes para a finalização do trabalho, por isso faremos uma licitação dos serviços remanescentes. Eles correspondem a mais de 50% da obra.” Vieira garante que o Governo possui R$ 2,6 bilhões destinados a intervenções em todo o Estado. “Nunca realizamos tantas obras simultaneamente. Hoje, 40 estão em andamento, incluindo acessos, ligações e duplicações.”
O projeto será elaborado novamente, pois o antigo prevê revestimento com base feita de saibro. “Ele não é considerado resistente para o fluxo de veículos pesados que circulam na região hoje”, diz o engenheiro Toralles. Segundo ele, será realizado um estudo de tráfego para definir o tipo de pavimento que será solicitado no projeto.

O Daer já está providenciando a resolução dessas questões e, em paralelo, ocorre à continuidade da obra. Os recursos disponíveis no atual contrato serão utilizados para a terraplanagem, leivamento dos cortes e outras atividades necessárias à manutenção da rodovia.

ERS-717 é obra prioritária

Vieira e Toralles também estiveram em Tapes. Eles falaram com o prefeito, Silvio Rafaeli, e demais autoridades municipais, integrantes do grupo que mobilizou cerca de 200 pessoas das três cidades, no último dia (16), em frente ao órgão, sob Protestos, reivindicando melhorias da ERS-717.
A rodovia faz parte do programa Estado na Estrada, que foi apontado pelo Tribunal de Contas do Estado por suspeita de irregularidades. “Estamos discutindo junto com o Tribunal de Contas e Ministério Público de Contas uma alternativa para viabilizar a recuperação da rodovia, tendo em vista a precária situação em que se encontra”, afirmou Vieira.
O diretor-geral disse que a ERS-717 é uma das prioridades da Autarquia. Nesta semana, ocorrerá uma operação tapa-buracos na rodovia.
Ainda sobre estas rodovias, a de Tapes com 14 km, que contempla da mesma forma os 4 km de Sentinela do Sul, que até então estavam dentro do projeto Estado na Estrada, serão financiadas via um novo financiamento, Proinvest do BNDES. O diretor do DAER garantiu que estes trechos além de serem “prioridade”, terão início imediato. Outra mudança anunciada na reunião de Tapes foi à reinserção dos comandos para as obras, para a sucursal de Santa Cruz do Sul.

“O novo contrato já esta assinado e o primeiro trabalho desta nova empresa, será em Tapes. Esta semana começa um trabalho de mais fôlego com massa quente que terá mais durabilidade”, afirmou Vieira. Ele deixou claro que esta medida, assegura, além de corrigir os problemas atuais, assegurará um tempo necessário a montagem de um projeto que vise a recuperação de todo o pavimento.
“O tapa-buraco não adianta mais, queremos agilizar o mais rápido possível, e recuperar esta rodovia”, salientou o diretor do DAER, que disse que recursos não irão faltar desta vez. Por fim, ele prometeu que ambas as rodovias, de Tapes e de Sentinela do Sul, poderão estar conclusas até a temporada de verão


ACCITA apoia fim da bitributação das empresas do Simples

Mobilização aconteceu em frente ao Palácio Piratini e entidades entregaram uma carta endereçada ao governador cobrando o fim da sobrecarga de impostos

Matéria: Bira Costa/Online Assessoria/Comunicação & Jornalismo
Foto: Imprensa/CDL/POA

Micro e pequenos varejistas de todo o Estado ocuparam a frente do Palácio Piratini na manhã da terça (23), com objetivo de pressionar o governo estadual a dar fim à sangria imposta às empresas optantes pelo Simples desde que o decreto nº 46.485 de 2009 foi implantado no Rio Grande do Sul.
As entidades envolvidas no movimento Chega de Mordida! (CDL Porto Alegre, Federasul, AGV, Fecomércio, Instituto Liberdade do RS, ADVB/RS, AGERT, ACLAME, ACOMAC e SINDIÓPTICA, SINDEC e Força Sindical) uniram forças às entidades representativas dos pequenos comerciantes do interior gaúcho.

Durante toda a manhã, os manifestantes, vestidos de preto, clamaram pela presença do governador Tarso Genro, mas não foram atendidos. Também formularam a Carta de Porto Alegre, documento que foi entregue para o assessor do gabinete da Casa Civil, Inácio Fritzen.
Tapes e, o Impacto local
Segundo o presidente da Associação Comercial, Cultural e Industrial de Tapes (ACCITA), Mahmoud Hotar, é imperioso que o Governo do RS defina uma lei estadual em que pese à igualdade de tributos. Conforme a proposta as Câmaras de Dirigentes Logistas do RS pedem ao governo do Estado a suspensão imediata de cobrança de diferença de alíquotas do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) aplicada em produtos comprados fora do Estado de empresas enquadradas no Simples Nacional. Atualmente, em produtos comprados fora do Estado é cobrado ICMS diferenciado de 5% e dos importados de 13%, o que vem sufocando os logistas gaúchos que pagam mais que os catarinenses, por exemplo.

Preocupado com os reflexos no comércio da cidade de Tapes, o presidente da ACCITA disse que se isso for acatado pelo Governo do Estado, via CDL´s, o comércio local vai ficar livre de tantos impostos e poderão investir nas vendas. “Essa diferença já esta incluída no Simples, é preciso se reduzir estes 5% de imposto. O Governo do RS deve criar uma lei pra não entrar mercadoria aqui sem declarar esta diferença de imposto, em guias de trânsito. Eu acredito que todos os interessados do RS vão pagar essa guia e o governo vai arrecadar melhor e as empresas gaúchas vão ficar fortalecidas”, afirmou o presidente Mahmoud da ACCITA.
Participaram da mobilização nesta terça feira (23) entidades como CDL Porto Alegre, Federasul, AGV, Fecomércio, Instituto Liberdade do RS, ADVB/RS, Agert, Aclame, Acomac e Sindióptica, Sindec e Força Sindical.
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segunda-feira, 22 de julho de 2013

Tapes: ação é julgada procedente e prazo é dado para recomposição emergencial de rodovias


Fonte: Ministério Público do RS/Imprensa
22/07/2013 - Direitos Humanos

Promotora de Tapes Carla Pereira Rêgo Flores Soares

As más condições das rodovias RS 715 e RS 717, nos trechos entre as

cidades de Sentinela do Sul e Tapes, que colocam em risco a vida dos

motoristas que trafegam na Região Centro-Sul do RS está perto do fim. 

A Justiça de Tapes julgou procedente a ação civil pública ajuizada 

pelo Ministério Público contra o Estado e o Departamento Autônomo 

de Estradas de Rodagem. Com a decisão, o Daer terá 30 dias para fazer 

a recomposição emergencial do revestimento da pista 

e construção de acostamento, implantar sinalização horizontal 

e vertical, bem como roçar as margens das rodovias nesses trechos. 
O Daer também deverá realizar a completa restauração dessas 

rodovias nesses trechos em um prazo máximo de 12 meses, 

a contar do cumprimento das medidas emergenciais determinadas, 

com o recapeamento total das pistas de rolamento, recuperação dos

acostamentos, implantação de sinalização e instalação

de meio-fio nos trechos que adentram nas áreas urbanas desses municípios. 

O Estado terá que incluir no Orçamento Anual verba suficiente 

para execução das obras. Em caso de descumprimento das 

determinações judiciais, foi fixada multa diária de R$ 10 mil para cada um. 


PRECARIEDADE 



A ação civil pública, com pedido de antecipação de tutela, 

foi ajuizada em agosto de 2009 pela Promotora de Justiça de Tapes, 

Carla Pereira Rêgo Flôres Soares, após insucesso nas tratativas 

para solucionar o problema administrativamente dentro 

do inquérito civil instaurado. Diante do péssimo estado de conservação das 

rodovias, que vinham ocasionando acidentes, e da farta documentação 

que acompanhou a ação, não deixando dúvidas sobre a situação 

precária das rodovias com infindáveis crateras na pista, a Justiça local 

deferiu a antecipação de tutela. Entretanto, os réus recorreram ao 

Tribunal de Justiça do RS que deferiu liminar em agravo de 

instrumento suspendendo a ordem de 1° grau. Passados quase 

quatro anos do ajuizamento da ação,

a Juíza Maria Aline Cazali Oliveira, da Comarca de Tapes, ao 

analisar os autos, decidiu pela procedência da inicial para 

garantir a efetivação das políticas públicas necessárias

ao atendimento dos direitos fundamentais, entre eles 

“a vida e a incolumidade física e patrimonial dos usuários 

das rodovias”. Ela destacou a péssima conservação das 

estradas que ligam as cidades de Tapes e Sentinela do Sul

aos demais municípios da região, observando o risco

e a alta probabilidade de ocorrência de acidentes. 


ACIDENTES 



Bonecos sinalizam os trechos mais precários da rodovia

A Magistrada também ilustrou sua decisão citando casos noticiados pela

Imprensa em que vidas foram ceifadas pelas más condições das estradas, 


já que crateras, especialmente à noite, “são verdadeiras arapucas 


aos motoristas”. As manchetes de um dos acidentes foram: 


“Viúva morre atingida pelo caixão de seu marido”. “Urna funerária 


com o corpo deslizou no carro após colisão traseira”. 


“Vítima, de 67 anos, foi atingida na nuca pelo caixão do 


marido e morreu na hora; motorista do outro 


veículo ficou preso nas ferragens”. 

ACCITA promove cursos de formação voltados ao setor do comércio
Matéria: Bira Costa/OnLine Assessoria/Comunicação & Jornalismo em 22/07/2013
Micro-empreendedores e comerciantes da cidade de Tapes participaram de mais um módulo dos cursos, gratuitos, do Sebrae, sobre a formação de preços, junto à sede da Associação Comercial, Cultural e Industrial de Tapes (ACCITA), entre os dias 15 à 18 de julho, à noite.

Este foi o primeiro curso deste gênero, dentro do planejamento da nova diretoria, presidida pelo empresário, Mahmoud Hotar. Neste curso, os 30 alunos aprenderam como são compostos os preços de venda de uma mercadoria.

O ministrante foi o consultor do Sebrae, professor, Fernando Soares Junior. 

Gastronomia

Já em junho, a ACCITA sediou o curso ?Boas práticas na lida de alimentos?, desenvolvido também pelo Sebrae, entre os dias 18 à 21, e, reuniu um grupo de cerca de 25 alunos, um público de associados ligados ao segmento dos estabelecimentos comerciais de Tapes que atuam com alimentos, como restaurantes e lancherias.

Atendimento

Para o mês de novembro, na sede de cursos da entidade, ocorrerá o curso voltado ao bom atendimento aos clientes. A qualificação já tem data definida, será de 4 à 7 de novembro, sempre das 19h às 22h, destinado aos associados da ACCITA.

O número de vagas previsto é para 30 pessoas. A formação é gratuita. A ministrante será a consultora do Sebrae, Patrícia Moraes. Maiores informações: 51-3672-1157. 

Todos os cursos têm uma parceria da ACCITA e Prefeitura de Tapes.

domingo, 21 de julho de 2013

Accita cobra medidas urgentes do Daer quanto à estrada ERS 717

Terça-feira (23) tem Reunião-Almoço com a direção do Daer na sede da Accita

Matéria: Bira Costa/OnLine Assessoria/Comunicação & Jornalismo
Fotos: Divulgação

O presidente da Associação Comercial, Cultural e Industrial de Tapes (Accita), Mahmoud Hotar, levou a reivindicação do setor empresarial de Tapes, ao Daer, dia 16 de julho, por ocasião do Protesto, que reuniu os Municípios de Tapes, Sentinela do Sul e de Cerro Grande do Sul, em frente ao órgão estatal, por conta da caótica situação em que se encontram os 14 km da rodovia ERS 717 e a ERS 715.
O presidente da Accita disse, pessoalmente, ao Diretor-presidente do Daer, Carlos Eduardo Vieira, que os inúmeros buracos existentes na rodovia, têm afetado, sobremaneira, a economia da cidade, em todos os aspectos.

“Fui lá em nome da entidade para apresentar ao diretor do Daer, a nossa indignação para com a situação em que se apresenta a rodovia. Nossos empresários estão sofrendo com a ausência de visitantes e turistas. Nossos principais eventos, acima de tudo, tem sido afetados, como a Arte Gaúcha, o Carnaval, Festa do Arroz e Motofest, pois as pessoas de fora estão deixando de nos visitar, com medo de acidentes e, migrando para outros centros” afirmou o presidente da Accita, Mahmoud Hotar.

Mahmoud Hotar disse ainda todos os empresários estão chateados com o quadro de infraestrutura da estrada de Tapes e, consequentemente, cobram melhorias aos órgãos também locais. O presidente da Accita ouviu do diretor do Daer, que há recursos, contudo, falta a elaboração do projeto e desburocratizar o processo de conserto deste trecho.


Para esta terça-feira (23), em Reunião-Almoço, os empresários de Tapes e pessoas ligadas à mobilização em frente ao Daer, na semana anterior, terão novo encontro com o diretor-presidente do Daer, Carlos Eduardo Vieira, na sede da entidade em Tapes, para avançar nas cobranças e conhecer o cronograma de obras prometido na ocasião do Protesto em Porto Alegre, para as estradas.  



sábado, 20 de julho de 2013

Pane elétrica entre as causas de incêndio em Tapes

Bira Costa/OnLine Assessoria/Comunicação & Jornalismo
01h30min./20-7-2013

Uma instalação elétrica inadequada, segundo os Bombeiros Voluntários de Tapes e a Brigada Militar pode ter sido a causa provável de um incêndio que destruiu, por completo, na madrugada do sábado (20), por volta da 1h da manhã, na rua treze de maio, nro 470, a residência do operário de serviços gerais, Valdeci Souza da Conceição (33).

Segundo testemunhas, ele residia sozinho na residência, anexa a um terreno de propriedade particular, que mesclava paredes de alvenaria e material. Conforme a companheira do proprietário da casa incendiada, Stela Ferreira, o terreno pertence a uma pessoa que reside na capital e a casa, construída no mesmo terreno, teve a sua ajuda para ser erguida ao companheiro, no passado, exatos quatro anos.
Valdeci Souza da Conceição, que era o caseiro do local, no momento do sinistro não se encontrava na residência e, também, não fora encontrado por amigos e, mesmo por telefone, pela companheira, acreditando que o mesmo pudesse estar numa festividade familiar, noutra cidade.
Stela Ferreira disse ainda que ficou sabendo do incêndio, quando avisada por amigas. Ela lembrou que no passado, a residência que apresentava alto consumo de energia elétrica, já tivera queda de energia no estabelecimento.
Muito abalada, e, consolada por seus cachorrinhos, que residiam no mesmo local, enquanto os Bombeiros atuavam para reduzir as chamas, pelo celular, ela conversava aos prantos com a filha, lamentando a perda de todos os imóveis.
A atuação dos Bombeiros de Tapes foi rápida e possibilitou que equipamentos como bujões de gás pudessem explodir. No local havia dois: um P13 e um liquinho, retirados a tempo. Neste mesmo endereço, mas, ao lado, na viela chamada por Beco do Biuti, ainda este ano, outra residência pegou fogo e, por pouco, não consumiu as demais casas próximas, pelo fato de todas estarem muito ligadas por cercas e paredes.



quinta-feira, 18 de julho de 2013

Duplicação da BR 116 e suas transformações regionais

Matéria: Bira Costa/OnLine Assessoria/Comunicação & Jornalismo
Foto: STE/Divulgação

O canteiro de obras formado à margem da BR 116, que vai ligar a cidade de Guaiba até Pelotas, na Zona Sul do Estado, num total de 211 quilômetros de duplicação, 133,3 já recebem obras, o que corresponde a 63,2% do trecho total.
A cidade de Tapes está dentro do Lote 3, compreendendo 21,88 km, que abrange o km 351,34 ( do Arroio Araçá) ao km 373,22 (próximo ao Arroio Velhaco) e, está sendo construído pela Construtora Ivaí Engenharia. As obras começaram em 15 de janeiro de 2013.
Segundo o encarregado geral da obra da empresa Ivaí, Ademir Antoniassi, o ritmo das operações já atingem os 30%, considerado por ele como “bons”, em razão do tempo de autorização e liberações legais para a mesma.

“As jazidas minerais mesmo, só obtivemos as liberações ambientais neste mês de julho”, afirma. A obra do Lote 3, que está sendo regido pelo sistema ISO 9001 de gestão e  qualidade, visando também a segurança dos operários corre sem problemas quanto a acidentes.
Estão envolvidos neste trecho, por exemplo, cerca de 180 homens, mais alguns de empresas terceirizadas, todos oriundos de cidades da região. No processo de terraplanagem, o encarregado das obras da empresa Ivaí, disse que estão sendo utilizadas 10 escavadeiras, 50 caminhões para a remoção do material, 4 caminhões “fora de estrada”, 3 carregadeiras e 3 retroescavadeiras.
Além da terraplanagem, obras como bueiros e galerias estão em bom ritmo. Entre o km 361 km 01 e o km 363, junto à Esquina de Tapes e acesso à Sentinela do Sul, a empresa Ivaí está construindo ainda o seu canteiro de obras, onde irá sediar permanentemente, seu escritório, setor técnico, de laboratório e logístico.
No mesmo local, será construída uma ponte, nesta rótula que irá dar continuidade a duplicação da 116, sentido zona sul do estado/capital. “Alí será feita a Ponto Arroio Teixeira, para isso estamos efetivando cortes e remoções de material para uso nestes locais. As jazidas estão sendo licenciadas para os aterros”, informou o encarregado da empresa Ivaí.
O prazo de execução do serviço de duplicação da BR 116 nos 211 km é de dois anos. O valor total contratado da obra é de quase R$ 900 milhões.
A duplicação da BR-116 está dividida em nove lotes:
Lote 01 = 24,46 km - Do km 300,54 ao km 325,00 - Construtora Constran (ordem de início dada em 24/05/2013);
Lote 02 = 26,34 km - Do km 325,00 ao km 351,34 - Construtora Constran (obras começaram em 30/01/2013);
Lote 03 = 21,88 km - Do km 351,34 ao km 373,22 - Construtora Ivaí (obras começaram em 15/01/2013);
Lote 04 = 23,98 km - Do km 373,22 ao km 397,20; - Construtora Trier (obras começaram em 10/12/2012);
Lote 05 = 25,12 km - Do km 397,20 ao km 422,30 - Consórcio Brasília Guaíba - Ribas (obras começaram em 05/11/2012);
Lote 06 = 26,20 km - Do km 422,30 ao km 448,50 - Consórcio Pelotense - CC (obras começaram em 18/10/2012);
Lote 07 = 21,60 km - Do km 448,50 ao km 470,10 - Construtora Sultepa (obras começaram em 08/10/2012);
Lote 08 = 18,90 km - Do km 470,10 ao km 489,00 - Construtora SBS (obras começaram em 04/10/2012);
Lote 09 = 22,76 km - Do km 489,00 ao km 511,76 - Consórcio MAC - Tardelli (obras começaram em 08/10/2012).

Outras informações:

terça-feira, 16 de julho de 2013

No grito! Municípios se unem e cobram obras em rodovias junto ao Daer

Cidades de Tapes, Sentinela do Sul e de Cerro Grande do Sul trancaram avenida em Porto Alegre em frente ao Daer e conseguiram bons resultados em reunião

Matéria: Bira Costa/DRT 9299 
Fotos/colaboração: Grasiela Boanova Vieira e
Karem Lima

Aconteceu pacificamente e com resultados positivos a mobilização dos municípios da Costa Doce: Tapes, Sentinela do Sul e de Cerro Grande do Sul, com suas caravanas com mais de 200 pessoas das três cidades do estado, em que reuniu na manhã da terça-feira (16), em Porto Alegre, desde cedo, em frente à sede do Daer um grupo de lideranças e pessoas destas comunidades, insatisfeitas com a precarização da qualidade tanto do asfalto, em relação ao acesso de Tapes até a BR 116, no trecho compreendido de 14 km, mas também cobraram a conclusão do asfalto das rodovias ERS 715, a qual dá acesso ao município de Sentinela do Sul até a cidade vizinha de Cerro Grande do Sul.
Segundo pessoas que estiveram no Protesto, o grupo chegou na capital por volta das 8h da manhã, em cinco ônibus, sendo dois de Tapes e, outros três de Cerro Grande do Sul, mais três carros de Sentinela do Sul.

Tão logo o grupo desembarcou, munidos de carro de som e faixas com dizeres sinalizando as demandas regionais, ainda no pátio do órgão do governo, teve início os gritos de cobrança por melhorias e exigindo uma reunião com os diretores do Daer.
O grupo seguiu logo depois para a avenida Borges de Medeiros, umas das principais de Porto Alegre, onde por um tempo determinado interrompiam o fluxo do trânsito, ganhando apoios e aos mesmo tempo críticas de alguns motoristas, naturalmente.
Segundo um dos integrantes do movimento que apoia a manifestação, Julio Wandam, do Movimento Os Verdes de Tapes, a ação surtiu efeito, pelo fato das cidades se unirem em prol de uma causa em comum.
Julio Wandam disse nas Redes Sociais que esta manifestação visa, sobretudo, acabar com a fase em que ele classifica de “enrolação”. “Essa é a palavra de ordem que será entoada em frente ao Departamento Autônomo de Estrada de Rodagem (Daer), dada às precárias condições de trafegabilidade nas estradas ERS 715 e ERS 717 [...] elas estão há décadas aguardando que o órgão cumpra com as promessas de melhorias.
Os moradores destas cidades, que em conjunto resolveram se manifestar na porta do órgão na capital, estão aguardando soluções, que acabam se resumindo em operações tapa-buracos, que em menos de 30 dias, se mostram ineficazes, apenas ampliam os problemas e o tamanho dos buracos”, declarava o líder dos Verdes.
A rodovia em Tapes e de Sentinela do Sul, ambas passaram por uma obra de recapeamento, em 2010, contudo, fora constatado, depois, via judicial a má qualidade do material aplicado, o que hoje, impossibilita que as mesmas recebam uma nova obra.
“Uma série de negligências e desvios na execução, levou o Ministério Público a ingressar com uma ação, para punir responsáveis por possíveis atos de desvio e corrupção”, acrescentou Wandam.

Demandas acolhidas

Na Capital, o Protesto ganhou a visibilidade da grande imprensa, como afirmou os presentes ao ato. Um grupo de lideranças, por volta das 10h foi chamado para conversar com o Diretor-presidente do Daer, Carlos Eduardo Vieira, onde por cerca de duas horas, ouviu as solicitações e acolheu uma pasta com documentos de inúmeros pedidos e fotos relatando as condições atuais das rodovias, bem como de acidentes já registrados, motivados pelas condições das estradas. Enquanto os líderes conversavam com o diretor do órgão, a BM, apenas fazia a supervisão dos demais integrantes do Protesto, que se estendeu até o início da tarde. Segundo Rafael Fernandes, que esteve na reunião, o diretor do Daer firmou compromisso de vir com toda a sua equipe técnica e diretiva visitar as cidades da região, dia 24 de julho, para ver as condições das obras nas estradas, onde também terá encontros com os membros de uma comissão tirada deste encontro do dia 16, de cada cidade.

Fernandes disse ainda que o diretor, Carlos Vieira, pediu 15 dias para acionar o MP para que proceda por uma TACs (Termo de Ajustamento de Conduta), da mesma forma acione o Governo do RS por recursos para que efetue uma operação tapa-buracos, “urgente” e, consequentemente, elabore um novo projeto de recapeamento “estrutural” desta rodovia. O recurso para esta obra “estrutural“ já existiria, o impeditivo seria a burocracia, informou direto da reunião, Fernandes.
“Conseguimos um compromisso para que o Daer vistorie, na terça-feira, dia 24, às estradas: primeiro em Cerro Grande do Sul e, após em Tapes, onde terá reunião junto à Accita. Ele estará com todos os seus técnicos”, afirmou.
Rafael Fernandes disse ainda que novas resoluções como o desmembramento da jurisdição do Daer Pelotas para o de Santa Cruz do Sul, foi decidido, para efeitos de “agilizar” as obras imediatas de tapa-buracos. “Eles vão apresentar também neste dia 24, um cronograma com os prazos de como será feita a recuperação das rodovias de Tapes e de Sentinela do Sul. Em duas etapas, ambas receberão, até o verão, além de sinalização dos trechos mais precários, uma obra bem melhor da que estava sendo executada: os chamados ‘remendos detalhados’”, falou.
Na segunda etapa da recuperação das ERS 715 e 717 da região, até março de 2014, ambas as rodovias receberão uma recuperação completa, garantiu o diretor do Daer aos representantes do Protesto. Quanto ao trecho envolvendo a estrada que liga Sentinela do Sul até Cerro Grande do Sul, uma licitação será aberta, mas pode demorar um pouco mais.
Este Protesto regional sobre as estradas da região Costa Doce, foi uma organização das seguintes entidades: SIMTAPES (Sindicato dos Municipários de Tapes), Movimento Ambientalista-Os Verdes, Juventude Socialista Brasileira (JSB) - Tapes/RS, Movimento Popular Socialista (MPS)-Tapes e de lideranças comunitárias.

Para o dia 16 de agosto, em Tapes, uma Audiência Pública com deputados da Assembleia do RS vai tratar novamente deste tema, as rodovias ERS 717 e ERS 715. A reunião é aberta a comunidade destas três cidades e, está confirmada para ocorrer às 18h, junto à Câmara de Vereadores. Em caso ocorra à superlotação do salão da Câmara, um novo local está sendo reservado.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Serviços Públicos de Tapes também são afetados por manifestação nacional

Alguns passageiros, inadvertidamente, ainda procuravam saber ao longo do dia se haveriam linhas de ônibus para outros centros urbanos



Tão logo amanheceu na costa da Lagoa dos Patos, os reflexos da grande Manifestação Nacional, organizada por centrais sindicais em todo o Brasil, já modificou a vida de inúmeras pessoas da cidade e região próximas, que fazem uso do sistema de transporte coletivo.
Percorremos, desde cedo da manhã de quinta-feira (11), alguns pontos da cidade, mais especificamente, junto às empresas de ônibus, na rodoviária estadual, bancos e correios. Junto às empresas de ônibus, na ACV, que faz linhas de Tapes e interior, diariamente, são cumpridos cerca de nove horários.
Mas, em razão desta paralisação do sistema de transporte, que afetam as rodovias em vários trechos, toda a frota da empresa ficou na garagem, sob cadeado nos portões, e, com o escritório fechado para informações.

Na sequência, estivemos na garagem da empresa Frederes, onde constatamos que toda a frota de 12 ônibus da mesma forma estavam recolhidos. A Frederes, aliás, que disponibiliza, diariamente, de Tapes para Porto Alegre e região sul, como Camaquã e São Lourenço do Sul, ainda o interior como Cerro Grande do Sul, com nove ônibus, todos os 16 horários estavam cancelados, neste dia de manifestações.
Segundo o gerente da empresa Frederes em Tapes, Luiz Fernando Abreu, as ordens superiores eram de recolher toda a frota, por medida de segurança, além da própria interrupção e bloqueio de rodovias. O gerente disse que aguardaria durante o dia alguma novidade a respeito da liberação do tráfego, para retomar as linhas normais, contudo, acreditava que a normalidade de deslocamento das viagens, somente aconteceria a partir da sexta-feira (12).
Muitas ligações

Na estação rodoviária de Tapes, o agente de passagens, Fernando Paim, disse que desde às 6h da manhã, quando começam a sair os horários de viagens, muitas ligações telefônicas buscavam saber se haveria linhas de ônibus neste dia. Sem sair, nem chegar nenhum ônibus, algumas pessoas mais distraídas, chegaram até a estação para comprar passagens e tiveram suas intenções frustradas.
“Houve um caso, até de uma senhora, que chegou apressada, achando que iria perder o horário e, não tinham ônibus”, comentou o agente de passagens de Tapes.
Fernando Paim destacou que, distrações assim, não é fruto da falta de informação, pelo contrário, mas muitos buscaram, talvez, reduzir as incertezas a respeito desta paralisação. A estação rodoviária de Tapes permanecerá aberta nesta quinta-feira, até às 19h, para venda de passagens para os demais dias da semana, quando os horários serão retomados, além de informações.
Sem cartas

Apoiando esta causa nacional, os carteiros de Tapes da mesma forma interromperam e externaram a população os problemas pelos quais estão enfrentando a categoria. O grupo de carteiros, disseram que nesta quinta-feira, nenhuma correspondência seria distribuída na cidade e região.
Acostumados a receber as postagens de outros centros, logo cedo da manhã, por volta das 9h, quando chegamos ao posto, encontramos todos eles no posto com as portas abertas, contudo, permaneciam sentados em frente à unidade, lendo jornais e conversando com a população que buscava informações.
Na pauta de reivindicações dos carteiros, estão: novas contratações; melhores condições de trabalho; e, não a privatização do Plano de Saúde da classe.
A única correspondência que terá prioridade neste dia de paralisação será o Sedex. Informações com os Correios de Tapes: 3672-1279.
Bancos
Por fim, percorremos todos os bancos da cidade e, recebemos a confirmação de que os atendimentos bancários teriam horário normal neste dia.

Bira Costa/Repórter

sexta-feira, 14 de junho de 2013

Encruzilhadas da ética em tempos de "nova mídia"

*Por Sylvia Moretzsohn em 11/05/2010 na edição 589
Observatório da Imprensa
Esta é a versão ligeiramente ampliada da comunicação que apresentei no 7º Congresso da SBPJor, em São Paulo, em novembro de 2009. Sou muito grata ao jornalista Carlos Eduardo Lins da Silva, então ombudsman da Folha de S.Paulo, pelo intenso diálogo em torno do tema, que contribuiu significativamente para a elaboração deste texto, e pelas sugestões de artigos jornalísticos aqui utilizados.
A abertura das possibilidades de transmissão instantânea de informações ao alcance – em tese – de qualquer pessoa já foi louvada como o "fim do jornalismo", ou pelo menos "o fim do jornalismo tal como o conhecemos"; mais que isso, seria o marco de uma nova era democrática, ou, ainda além, de uma nova era de realização da utopia da plena liberdade, em que "todos" podem "comunicar" e comunicar-se pelo mundo afora, sem constrangimentos de qualquer espécie.
Não é difícil perceber que a utopia da plena liberdade continua a ser isso mesmo: uma utopia, que a famosa Primeira Emenda à Constituição dos Estados Unidos ajuda a alimentar, por mais que a Suprema Corte americana venha estabelecendo reiteradas restrições ao free speech, como já demonstrou o jurista José Paulo Cavalcanti Filho (2005). No entanto, esses tempos de "convergência midiática" facilitam a disseminação de ilusões, que o trabalho teórico está obrigado a desfazer.
Este artigo procura identificar o contexto em que floresce o elogio da "nova mídia" para explicitar os novos problemas éticos que se apresentam, na medida em que esta nova realidade abala a posição clássica de controle tradicionalmente exercido pelo jornalismo em relação ao que deve (ou não) ser tornado público. Ao mesmo tempo, reitera o papel do jornalismo como mediação fundamental para a transmissão de informações de interesse público, uma prática hoje ainda mais complexa diante da algaravia da comunicação em rede.
Um mundo em excitação permanente
Embalados por uma versão estilizada de "Aquarela do Brasil", os personagens e objetos se movem sincronizadamente num grande shopping a céu aberto. A fila do caixa flui cadenciadamente, até que alguém saca um talão de cheques: imediatamente, a música desmaia, personagens e objetos ficam travados, a fila para; constrangida, a pessoa guarda o talão, saca o cartão, a música ressurge em plenitude e tudo volta a funcionar normalmente, para a felicidade geral.
O anúncio de uma das maiores administradoras de cartão de crédito do mundo, veiculado na televisão brasileira ao longo de 2008, é uma perfeita e sintética metáfora do estado em que vivemos – ou devemos viver: um estado de permanente excitação, de movimento perpétuo, em que qualquer pausa é disfuncional ao sistema. Exatamente como no comentário de Virilio (1996, p. 108), autor que já esteve em moda: "Se ser é estar excitado, ser vivo é ser velocidade, uma velocidade metabólica que a tecnologia se dedica a aumentar e aperfeiçoar (...)". Note-se que, no anúncio, o movimento contínuo da fila é interrompido não por alguém que não tem dinheiro para pagar, ou por algum rebelde ou marginal cujo "cartão de crédito é uma navalha", mas por alguém que apenas acena com a possibilidade de não pagar através do meio mais adequado, que permite a transação instantânea.
Ora, sabemos que o que não pode parar é o cassino global do mercado financeiro, embora nem ele possa ignorar o "mundo real", como ficou claro na recente crise das hipotecas nos EUA, rapidamente espalhada pelo mundo. No entanto, e coerentemente com a tendência do capital de estender sua lógica a todos os âmbitos da atividade humana, é essa lógica – mais propriamente falando, essa ideologia – da excitação permanente que prevalece no mundo contemporâneo: uma excitação previsivelmente canalizada para atividades lúdicas, que alimentam uma das indústrias mais lucrativas da atualidade.
O elogio de Jenkins (2006) da "cultura da convergência" segue esse roteiro, a partir de uma enorme simplificação, que opõe os "velhos consumidores" – considerados "passivos", "previsíveis", "silenciosos" e "isolados", que "ficavam onde mandassem que ficassem" – aos novos, apresentados como "ativos", "migratórios", "barulhentos" e "mais conectados socialmente" (Jenkins, 2006, p. 18-9). A "nova mídia" exorta à participação, de modo que o público deve necessariamente interferir no processo: o silêncio, a atitude contemplativa – o prazer da fruição, o distanciamento indispensável a qualquer reflexão – são associados à passividade e à acomodação.
Não é casual que o foco da análise gire em torno de produtos de entretenimento (reality shows, seriados, games, etc.). Menos ainda que se substitua o conceito de "público" pelo de "fã", como se pudessem ser equivalentes. Por isso, Jenkins (2006, p. 4) pode argumentar: "Neste momento, estamos utilizando este poder coletivo (da interação midiática) principalmente para fins recreativos, mas logo estaremos aplicando essas habilidades a propósitos mais `sérios´", como a campanha eleitoral americana que ele analisa em seu livro. [Em 1968, a anos-luz da disseminação da internet, o escritor uruguaio Mario Benedetti publicava um conto sobre um animador de programa de auditório que propunha um jogo com uma canção, a ser modificada progressivamente pelo público. Pouco a pouco, o que era uma inocente balada de amor se transforma num protesto contra o chefe de polícia, odiado por sua truculência, e que acaba assassinado pela multidão enfurecida. Tratava-se, porém, como é óbvio, de uma alegoria literária, como outras que tantos autores produziram, especialmente em tempos de ditadura. (Cf. Mario Benedetti, "El Cambiazo", inLa muerte y otras sorpresas, México D.F., 1982, p. 82-89, 17ª edição)] Daí a pergunta:
Como gerar o mesmo nível de energia emocional que os fãs normalmente canalizam contra os poderes constituídos em Hollywood para desafiar os detentores do poder em Washington? Quando seremos capazes de participar do processo democrático com a mesma facilidade com que participamos de mundos imaginários, construídos pela cultura popular? (Jenkins, 2006, p. 234).
Nunca – eu diria –, porque se trata de situações de natureza distinta. Logo, como deveria ser óbvio, a comparação é impertinente. A distância entre participar de jogos de "realidade alternativa" – com tudo o que isso possa significar para os estudiosos do universo psi – e a tomada de decisões que afetam a vida política e cotidiana de cada um deveria ser suficiente para demonstrar o equívoco da pergunta. Porém, Jenkins entusiasma-se com as "brincadeiras" feitas pelo público – sem distinguir o nível de seu comprometimento com tal ou qual candidatura – durante a campanha presidencial americana de 2004. Poderia ter lembrado o que ocorreu em 2000, durante a expectativa diante da votação decisiva na Flórida, que acabou dando a controvertida vitória a Bush. Na época – como mostra uma foto divulgada pela agência Reuters em 10 de novembro daquele ano –, eleitores democratas protestavam: "This is not a game! This is our nation´s future! Let us be responsible!". Para a mídia, porém, tudo era mesmo um jogo: seja o da competição entre as redes de TV, que exaltavam os sucessivos recordes de acesso em seus sites – por exemplo, a cnn.com, que tinha em média 30 milhões de visitas por dia, registrou 10 milhões de acessos por hora –, seja pela oferta de interatividade com o "jogo das eleições" noticiada então pelo Los Angeles Times:
Para os que encaram a eleição como uma contenda, a ABC News está oferecendo em seu site (abcnews.com) o "desafio da eleição americana", incorporando um de seus mais populares programas de esporte online. O "acerte o jogo do analista" permite aos espectadores fazer suas próprias previsões. A família e os amigos por todo o país podem acessar o jogo para testar seu conhecimento político. ["Eleitores americanos terão as notícias o tempo todo". L.A.Times, 8/11/2000]
Parece claro, portanto, o sentido que prevalece nesse embaralhamento entre as atividades de "fãs, consumidores e cidadãos". Porém, é por esse embaralhamento de conceitos, é por essa superficialidade teórica que Jenkins (2006, p. 247-8) pode contrapor a defesa da "utopia crítica", associada à nova mídia, ao "pessimismo crítico" da "vitimização" do público, que seria inerente à crítica tradicional: a primeira enfocaria o que estamos fazendo com as mídias, a outra, o que as mídias estão fazendo conosco. Fugir ao discurso clássico e empobrecedor das teorias da manipulação é certamente louvável, porque estimula a pensar na relação dialética entre dominadores e dominados, entre a mídia e seu público; mas não é essa a perspectiva do autor, que trata os dois polos como forças equivalentes, que apenas "interagem" – embora reconheça, assim de passagem, que "corporações (...) ainda exercem muito mais poder que qualquer consumidor individual" (Jenkins, idem, p. 3). [Apenas a título de exemplo, a classe média/alta brasileira, que tem recursos para contratar algum serviço de TV por assinatura, sabe perfeitamente o seu poder de interferência na programação, quando a empresa decide cancelar a oferta de determinados canais.]
De fato exercem, e continuarão a exercer esse poder, enquanto as bases do sistema não mudarem, nas relações sociais concretas do mundo real. Embora também entusiasta da "nova mídia", Caio Túlio Costa aponta que a rede tem, sim, um centro:
Apesar de uma percepção diferente e aparentemente democratizante, há um controle da rede mundial. Quem a controla? Com quais propósitos e com quais poderes? Uma simples decisão tomada num único país, Estados Unidos, pode bloquear o acesso à rede em qualquer parte do mundo porque ali se administram os principais servidores dessa mesma rede. (...)
A dispersão dos indivíduos cria a sensação de democracia na rede. Na realidade, em várias medidas, o acesso à rede está tanto nas mãos dos Estados Unidos quanto de instituições, empresas e governos que podem mudar regras e criar barreiras tecnológicas e/ou financeiras a ela. (...) (Costa, 2009, p. 237).
É aí que esbarra a proposta de uma nova "ética de compartilhamento" e de deliberação coletiva, própria ao suposto caráter "descentralizado" da rede: seja no sistemático monitoramento do usuário – como consumidor ou como trabalhador, constatável nas experiências práticas da vida cotidiana–, seja na ação de grupos de pressão e de organizações sociais da mais variada índole ideológica, que previsivelmente utilizam a rede de acordo com seus interesses. [São frequentes as matérias que mostram as tentativas de mapeamento do perfil do usuário para fins comerciais na internet (cf., por exemplo, Eric Pfanner, The Paradox of Privacy, in The New York Times, 13/07/2009). Numa perspectiva mais abrangente, Bruce Schneier, em uma série de artigos em seu site, demonstra que não há privacidade na rede (cf., especialmenteShould We Have an Expectation of Online Privacy?, maio de 2009). No caso das relações de trabalho, as empresas têm progressivamente ampliado o controle sobre o uso da internet. A propósito, uma aluna minha acidentalmente forneceu um exemplo especialmente eloquente: estagiária em um call center de telefonia móvel, relatou que não tinha acesso ao seu e-mail particular na empresa, cujo slogan – "viver sem fronteiras" –, portanto, e paradoxalmente, não se aplicava a seu próprio território.] Nada disso deveria surpreender, pois o mundo virtual reflete – e amplifica, considerando suas características próprias – as contradições e relações de força presentes na sociedade.
Mas o mais relevante aqui é perceber que esse apelo à excitação permanente – próprio do narcisismo e hedonismo de uma geração que cresceu com uma atitude "o que eu quero, quando eu quero" (Jenkins, 2006, p. 244), que Freud não teria dificuldade em diagnosticar –, esse apelo não prevê dilemas éticos.
Se tudo é uma brincadeira, por que não gravar a cena de sexo com a namorada e disponibilizá-la no Youtube ou no Orkut – seja pelo simples voyeurismo, seja por uma forma de dar o troco pelo fim do namoro? Por que não – no melhor estilo "Laranja Mecânica" – despir e estuprar a jovem bêbada e inconsciente numa festa e divulgar a imagem na rede? Por que não sair por aí espalhando os boatos mais estapafúrdios, apenas para se divertir, sem qualquer consideração pelas consequências?
E quando, pelo contrário, tudo está bem longe de ser uma brincadeira, e obedece aos mesmos interesses que promovem "balões de ensaio" e notícias "plantadas", velhos conhecidos da mídia tradicional?
A natureza do jornalismo
Como ocorre normalmente diante de toda novidade tecnológica, a emergência da "nova mídia" trouxe consigo uma profusão de teorizações apressadas, tanto catastrofistas quanto laudatórias. Entre estas, destacam-se as que decretaram o fim ou a mudança de natureza do jornalismo, "de uma aula para uma conversa" (Bowman e Willis, 2003; Gillmor, 2004), como se o jornalismo tradicional fosse uma atividade castradora da livre expressão do público, agora viabilizada pela disseminação da tecnologia digital.
Seria excessivo retomar aqui os argumentos em contrário, que detalhei em outra ocasião (Moretzsohn, 2007, p. 255ss) e que, a meu ver, continuam válidos. Porém é importante reafirmar a natureza do jornalismo, que permanece como uma mediação fundamental para a vida democrática, por sua legitimidade historicamente determinada e pelo seu caráter de referencialidade em relação aos fatos socialmente relevantes, ou – como se costuma dizer – de interesse público. Pelo mesmo motivo – e por vários outros, que incluem a diferença de status entre cada uma dessas forças -, insisto em que não é possível dizer que os quatro atores do processo de informação (fonte, jornalista, empresa e público) "passaram a se digladiar em pé de igualdade" (Costa, 2009, p. 226).
No entanto, é claro que dois problemas se colocam diante da nova realidade: primeiro, a maior complexidade da atividade jornalística, considerando a dificuldade de confirmação das informações, dados o ritmo cada vez mais intenso do trabalho e a multiplicidade de fontes – muitas delas anônimas, ou de identidade duvidosa – a "comunicar" instantaneamente na rede; segundo, a perda do controle, tradicionalmente exercido pelo jornalismo, relativamente ao que deveria e poderia ser tornado público, com – mais uma vez – a agravante da hipótese do anonimato, que impede a responsabilização pela autoria. E isto representa um problema ético inédito para a sociedade.
Os riscos da informação instantânea
O primeiro caso é pródigo de exemplos, que decorrem também, e talvez principalmente, da competição desenfreada entre as empresas jornalísticas, radicalizada na era do "tempo real". A notícia da morte de Michael Jackson e o vídeo que circulou com a cena da morte de uma jovem iraniana durante os protestos contra a alegada fraude na reeleição do presidente Ahmadinejad são os dois exemplos recentes mais relevantes dessa situação.
Em meio à excitação e à profusão de exageros e boatos próprios do mundo das celebridades, o caso de Michael Jackson foi especialmente marcante porque o cantor, após anos de decadência e de escândalos sobre sua conduta pessoal, ensaiava uma "volta por cima" em sua programada turnê pela Inglaterra. Veiculada em primeira mão pelo site TMZ, especializado em fofocas e factoides que sustentam o star system, a notícia da morte do popstar provocou a previsível turbulência entre os meios de comunicação, com a avalanche de informações desencontradas e simultâneas: Jackson estaria morto, Jackson estaria em coma, Jackson estaria se recuperando na UTI. De tão inesperada, a notícia levantou suspeitas, alimentadas ainda mais pelo mistério em torno do desaparecimento do corpo: a que ponto poderiam chegar as estratégias de marketing no mundo do showbiz?
O clima de especulação envolveu jornais de referência, como o espanhol El País, que destacou, em sua edição eletrônica de 29 de julho, o (suposto) resultado da autópsia que teria revelado o lastimável estado físico do cantor. Atribuída ao tabloide inglês The Sun, a matéria seria logo desmentida – ou melhor, e como é estranhamente corriqueiro no noticiário on line, o título atualizado passou a desmentir a informação, que, entretanto, continuava no ar, no corpo do texto.
O recurso a uma fonte tão suspeita mereceu o protesto de leitores e a crítica da ombudsman do jornal, que indagou: "deve-se verificar a informação de uma fonte pouco confiável antes de publicá-la ou é suficiente citar a origem?" A resposta da responsável pela edição digital e do editor de Cultura expõe um problema fundamental de natureza do jornalismo on line: "A notícia do The Sun sobre a autópsia se propagou rapidamente pela rede e El País não poderia deixar de dá-la. (...) Num meio on line, a informação vai sendo dada e modificada constantemente. O importante neste caso é dar ao leitor elementos para avaliar a confiabilidade da fonte". No entanto, como argumentou a ombudsman, "o problema é que o leitor não está constantemente on line e espera que o que lê seja sempre confiável". Porém, o fato de que a informação possa irromper a qualquer momento...
... coloca uma questão crucial nesta transição para o jornalismo digital: a dramática contradição entre rapidez e segurança. Verificar uma informação requer tempo. Quando não se tem tempo, é importante selecionar muito bem as fontes às quais se confere crédito. A imprensa de referência cuidou de demarcar sua diferença de qualidade, de credibilidade, em relação à imprensa marrom. Mas se ela mesma a utiliza como referência e se arrisca a dar notícias falsas, como pode pedir aos leitores que valorizem essa diferença? O "tudo pela audiência" que tantos estragos fez na televisão pode agora afetar a credibilidade dos jornais digitais se sua única obsessão é chegar primeiro a qualquer preço. (Pérez Oliva, 2009)
A história do vídeo que documenta a agonia de Neda Agha-Soltan é ainda mais relevante, pela dimensão política que envolve. Em 20 de junho de 2009, um vídeo postado no Youtube, rapidamente linkado pelo Facebook e pelo Twitter e por canais e sites da mídia tradicional, exibia cenas chocantes de uma jovem sangrando até morrer, em Teerã, durante um protesto contra a reeleição do presidente iraniano. Enquanto não confirmavam a autenticidade das imagens, os principais jornais cuidaram de divulgá-las com esse alerta. Em sua coluna na Folha de S.Paulo ("Toda Mídia", 22/6/2009), Nelson de Sá escreveu: "Não importa, Neda, como foi chamada, virou `um símbolo da crise iraniana cada vez maior´, avaliou o site da revista Time. E o levante encontrou sua `mártir´". Dias depois, foi possível confirmar a veracidade do fato e a identidade da moça.
Daria na mesma – do ponto de vista da ética jornalística – se a imagem tivesse sido forjada, ainda que pudesse simbolizar o grau de violência do governo iraniano contra os manifestantes?
A resposta deveria ser óbvia, dada a necessidade de respeito ao caráter referencial – o respeito à verdade factual e, nesse sentido, à objetividade – que orienta o jornalismo. A facilidade com que se menospreza essa questão depende do contexto político e revela outro problema ético: quando o que circula como informação é conveniente, do ponto de vista ideológico – como no caso em questão, em que as denúncias de fraude contra o candidato apoiado pelas principais forças políticas ocidentais ganharam espaço imediato na mídia –, a tendência é acolhê-la como verdadeira. Em situações controvertidas, costuma-se estar mais alerta à hipótese de fraude e apelar aos princípios éticos elementares de credibilidade, ao mesmo tempo em que se põe em causa as dificuldades enfrentadas para o exercício adequado do jornalismo em "tempo real". A propósito, a invasão do Iraque pelos Estados Unidos em 2003 forneceu vários exemplos, logo nos primeiros meses do conflito: jornais do mundo todo publicaram uma foto que seria de um soldado americano negro capturado pelo inimigo, quando se tratava da imagem de um boneco de plástico; noticiaram o fantasioso resgate "espetacular" de uma soldado americana em um hospital iraquiano; e divulgaram, como verdadeiro, o vídeo que um jovem americano forjou, filmando-se a si próprio em casa, como se tivesse sido sequestrado por rebeldes iraquianos, apenas para mostrar a fragilidade do sistema de filtragem de informações da mídia, especialmente em tempos de histeria patriótica.
No Brasil, já entrou para a história do anedotário do jornalismo digital o caso da suposta queda do avião da empresa Pantanal no Centro de São Paulo, publicada no site da Globo News na tarde de 20 de maio de 2008 e imediatamente reproduzida em vários outros sites e blogs jornalísticos de referência, quando se tratava apenas de um incêndio numa loja de colchões. O contexto da "crise aérea" por que vinha passando o país, com o grave acidente com o avião da TAM no aeroporto de Congonhas no ano anterior e uma série de outras pequenas ocorrências preocupantes, contribuiu para o açodamento do jornalista, que teria captado uma frequência de rádio em que o piloto, prestes a aterrissar, indagava à torre de comando do aeroporto o motivo da fumaça que avistava ao longe, e confundiu tudo, concluindo que a fumaça era consequência da queda do avião. O mal-entendido foi rapidamente desfeito, mas chegou a provocar acusações contra o governo e a Infraero, acusada de negligente e incompetente após afirmar que não tinha informações sobre qualquer acidente.
Mais relevante ainda, por seus desdobramentos, foi a notícia da agressão a uma jovem brasileira na Suíça, que teria sido atacada por skinheads e, em consequência, perdido os gêmeos que esperava: de fato – e por motivos ainda não esclarecidos -, a moça inventou tudo, inclusive produzindo fotos que supostamente comprovariam a violência, enviando-as a Ricardo Noblat, um dos mais prestigiados jornalistas de política do país, que as publicou em 11 de fevereiro de 2009 em seu blog e "bancou" a denúncia [Cf. "Blog do Noblat", "Brasileira torturada na Suíça aborta gêmeos"]. Embora uma análise mais atenta das imagens permitisse duvidar da autenticidade das lesões, todos os jornais, sites e TVs reproduziram a história, com alarde suficiente para envolver algumas das mais altas autoridades do país – o secretário nacional de Direitos Humanos, o ministro das Relações Exteriores e o próprio presidente da República -, que tampouco tiveram o cuidado de confirmar as informações e reagiram intempestivamente, por pouco não produzindo um incidente diplomático. [O caso foi amplamente debatido nas edições eletrônicas do Observatório da Imprensa de fevereiro e março de 2009. Em 16 de outubro de 2009 os jornais brasileiros noticiaram o indiciamento da brasileira pela Justiça suíça, sob a acusação de haver forjado toda a história.]
O episódio serviu também para revelar que, na era da internet, distinções significativas na prática do jornalismo, como o zelo pela preservação da imagem dos envolvidos em denúncias de violência, acabam se diluindo. De fato, no início os jornais suíços evitaram identificar a moça, borrando-lhe o rosto quando publicavam alguma foto dela, mas a providência era inútil porque os jornais brasileiros não agiam do mesmo modo e a imagem circulava na rede, acessível a qualquer um. Não vai aqui, no caso específico, nenhuma crítica aos nossos jornais, porque a iniciativa de divulgar as fotos partiu da própria moça; além disso, a preservação da imagem seria improvável, pois quem desejasse poderia obter alguma foto dela no Orkut.
A fragilidade da mediação jornalística na era da "nova mídia"
E aqui chegamos ao segundo problema, característico desses tempos em que "todos" podem divulgar "tudo" através da tecnologia digital: ainda que houvesse um consenso entre os jornalistas sobre o que é lícito publicar, a informação – verdadeira ou não, ou verdadeira mas inconveniente ou imprudente – dificilmente deixaria de circular por outros meios. Significa dizer que a informação produzirá efeitos, ainda que não os mesmos, nem na mesma intensidade, que produziria se os jornais de referência lhe atestassem credibilidade.
Alguns casos recentes ocorridos no Brasil são muito significativos: o do adolescente que combinou com o irmão filmá-lo fazendo sexo com a namorada para depois jogar o vídeo na rede; o da jovem, também adolescente, que embriagou-se numa festa e, desacordada, foi despida e estuprada por alguns rapazes em Joaçaba, no Paraná, que também filmaram a cena e a divulgaram na internet; o da professora fotografada nua e em cenas de sexo com o namorado, que publicou as imagens num site de relacionamento – com o nome e o telefone dela, como se se tratasse de uma garota de programa – como vingança pelo rompimento do namoro. Todos esses casos geraram processo judicial e foram noticiados com o devido cuidado pelos jornais em geral, porém o dano à imagem das vítimas já era irreparável.
Outros casos dizem respeito ao uso indevido do twitter, a mais recente febre entre os consumidores de novidades tecnológicas. Muitos deles envolvem boatos relativos a celebridades do mundo da TV, causando-lhes os previsíveis transtornos [Cf., por exemplo, "Falsários `roubam´ nomes de famosos para espalhar boatos em perfis do Twitter", in Folha de S.Paulo, 24/07/2009].
Já a conveniência da divulgação de informações com potencial repercussão política será sempre controversa. O exemplo clássico é o do caso Monica Lewinski, detonado no blog de Matt Drudge, que tornou inúteis os esforços dos grandes jornais americanos de abafar a história ou mesmo de divulgá-la com mais cautela. Já o sequestro do repórter David Rohde, que ficou em poder dos talibãs, no Afeganistão, entre novembro de 2008 e junho de 2009, pôs em causa a responsabilidade dos usuários da rede e as dificuldades para controlá-los: o New York Times empenhou-se em esconder a informação, temendo pela vida de seu repórter e pelas dificuldades de negociação, mas houve quem divulgasse o fato na página sobre o jornalista na Wikipédia. Começou então uma briga de gato e rato: as postagens eram sistematicamente apagadas e logo republicadas, a ponto de o jornal apelar para a colaboração do próprio fundador da Wikipédia, James Wales, no monitoramento da página, que chegou a ser bloqueada. Só quando o repórter conseguiu escapar a informação foi adequadamente divulgada, incluindo a menção às negociações que levaram à ocultação da notícia [Cf. Richard Pérez-Peña. "Keeping News of Kidnapping Off Wikipédia", in The New York Times, 20/07/2009. Cf. também http://en.wikipedia.org/wiki/David_S._Rohde].
A insistência em tentar publicar informações sobre esse episódio neste endereço específico – quando, em tese, a notícia poderia ter circulado por uma infinidade de blogs – só pode se justificar pelo velho critério da credibilidade que a própria Wikipédia procura cultivar, embora através de processos distintos dos do jornalismo tradicional – por exemplo, a aposta na autocorreção, pela "comunidade" de colaboradores voluntários. Não cabe aqui discutir se esse processo é adequado e confiável, mas ressaltar a necessidade da busca de parâmetros para a informação de referência, mesmo – ou talvez principalmente – nesses tempos em que tudo parece fluido, etéreo, impalpável e incerto.
O comportamento da Wikipédia nesse episódio foi amplamente debatido em blogs e sites como o Slashdot. Houve quem aceitasse os motivos para a ocultação da notícia. Não foram raras as acusações de "censura". Mas talvez quem resumiu melhor o dilema que este caso apontou tenha sido Kim LaCapria, no blog "The Inquisitr": "Felizmente para a Wikipédia, esta era claramente uma questão de vida ou morte. Mas e se não fosse? Ou se envolvesse uma pessoa comum e não um repórter do New York Times? [A dúvida aparentemente não procede, porque é praxe entre as empresas jornalísticas evitar divulgar informações sobre sequestros e outras ameaças, como forma de preservar a integridade das vítimas e evitar interferir na condução das negociações. A esse respeito, aliás, o episódio do sequestro e morte da jovem Eloá Pimentel, num conjunto habitacional de Santo André, em São Paulo, em outubro de 2008, foge completamente à regra: ali, jornalistas e apresentadores de programas populares de rádio e TV falaram diretamente com o sequestrador, ao vivo, sem que as autoridades intercedessem, cortando a ligação ou a transmissão do diálogo. Foram três dias de tensão, ampliada pela cobertura sistemática que frequentemente interrompia a programação normal, até o desfecho trágico, com a morte da jovem. Pela sua gravidade e pelo que representa quanto à (ir)responsabilidade da mídia e das próprias autoridades, o caso mereceria um estudo à parte.] E como é possível impedir as pessoas de espalhar informações potencialmente prejudiciais? Deveríamos agir assim? Nesse caso, em que situações? [Cf. Kim LaCapria, 29/06/2009]
A questão dos limites, para além do jornalismo
"A possibilidade de qualquer um ter nas mãos uma ferramenta de comunicação capaz de atingir milhões de pessoas é (...) inédita e por isso espantosa". É com esta frase que Caio Túlio Costa (2009, p. 259) conclui seu mais recente livro, em que procura enfrentar a relação entre ética, jornalismo e "nova mídia". Sua proposta é oferecer mais perguntas que respostas, mas esse estimulante convite à dúvida acaba derivando para uma perplexidade ancorada no relativismo mais radical, em vez de sugerir hipóteses para o enfrentamento de questões tão complexas.
O tema central de sua obra é a contradição entre o ideal normativo das prescrições éticas e a prática cotidiana do jornalismo. Como toma ambos em termos absolutos, enxerga uma oposição também absoluta entre esses dois campos. Por isso, insiste tanto na referência ao fato de que "o jornalista mente" para obter uma informação. Por isso, sugere que o jornalismo trabalha "no vácuo da ética". Daí o seu conceito de "moral provisória", na verdade uma derivação de uma leitura equivocada da "ética de responsabilidade" de Weber, que seria, por essa interpretação, capaz de justificar o que quer que seja.
A questão dos procedimentos, por exemplo: na era da convergência midiática, "para o indivíduo que virou protagonista de um vídeo de sucesso instantâneo e mundial, baseado na captura de imagens de uma celebridade, é relativo se aquilo foi capturado e publicado de forma legal ou ilegal – a rede desmantelou esse conceito, o de legalidade". (Costa, 2009, p. 237).
Não se trata, portanto, de "moral provisória", mas da mais absoluta amoralidade. Porém, de fato, se "tudo é relativo", como seria possível discutir ética, se não há parâmetros nos quais se basear?
Retornamos aqui ao narcisismo e hedonismo da geração que se criou na base do "eu quero, quando eu quero": uma geração que não conhece limites.
Ora, discutir ética significa exatamente discutir o estabelecimento de limites.
Entretanto, na era da "nova mídia", em que (em tese) qualquer um pode dispor de uma ferramenta para comunicar em escala infinita, a discussão sobre ética ultrapassa largamente o âmbito da prática jornalística.
Com uma agravante: a incerteza ou a ausência da identificação de autoria. Ética implica responsabilidade, e é claro que não se pode responsabilizar quem se esconde sob pseudônimo. E como a internet é, na feliz expressão de Castanheira (2004), o "reino do anonimato", pode-se calcular a dimensão do problema e das dificuldades de se tratar da ética nesse novo contexto.
Escrevendo sobre as hipóteses de controle da opinião que circula em blogs e listas de discussão sobre política na internet – sobre a licitude e legitimidade desse controle, sem entrar em considerações sobre as possibilidades técnicas de realizá-lo –, Gomes (2001) sintetiza o dilema da ética na rede:
...a fantasia do pior dos mundos possíveis que orienta o horror à regulamentação de conteúdos seria aquela de um mundo kafkiano onde você acorda com o censor revirando suas anotações, onde você pode a cada momento se deparar com um simplório delegado de polícia mexendo em seus disquetes, controlando suas conversas ou espiando sua home page para determinar, com base na sua (dele) avaliação das coisas, o que pode ou não pode ser publicado dentre as coisas que você pensa e quer dizer ou para estabelecer penas, reprimendas e perseguições pelo que você já publicou. Simetricamente, o pior pesadelo dos defensores das restrições à liberdade de expressão seria um mundo infernal onde qualquer indivíduo pudesse passar, sem peias nem filtros, das suas disposições internas, gostos, preferências e convicções íntimas emocionalmente constituídas para a expressão e publicação disso, sem importar a qualidade cognitiva ou moral das suas convicções, preferências e disposições. Se nos espantaria um mundo em que qualquer um pudesse pichar o muro em frente à minha casa com expressões como "negro imundo", "judeu sujo", "morte aos homossexuais" sem que nada lhe acontecesse, mais assustador parece ser um mundo em que alguém pudesse disponibilizar instantaneamente em rede, para milhares e milhares de pessoas, o correspondente em bytes de tais expressões e de forma igualmente impune. A cada um o seu pesadelo, mas alguém pode ter razão?
Gomes conclui que sim, considerando a tradição do racionalismo moral, em que "uma norma só pode ser aceita ou imposta se puder ser submetida a procedimentos demonstrativos e se a evidência da sua razoabilidade puder, aí, ser mostrada". Assim,

...um juízo de valor vinculante, o único que pode apoiar ou justificar a intervenção reguladora, só é válido (a) quando a norma que o orienta tiver sido objeto de um discurso prático e superado o seu exame, sendo essa superação manifestada num consenso racional e (b) quando o próprio juízo se expuser leal e argumentativamente na esfera pública e puder ser apoiado por um consenso razoável e, aspecto muito importante, revisável.
Caso contrário, correríamos o risco de, como tem acontecido historicamente, a ética ser usada como álibi para o seu contrário, a barbárie e a brutalidade pseudofundada em argumentos morais. A possibilidade da ofensa e discriminação correntes é tão desagradável quanto a da existência de um Torquemada cibernético a destroçar os nossos computadores e sites para, presumivelmente, destruir o mal que habitaria os seus corações.