TV e Web uma interação possível
Em
a Televisão na Era Digital, -
Interatividade, convergência e novos modelos de negócios Newton Cannito,
prognosticava, que As pessoas não existem
para servir à tecnologia, a tecnologia é que existe para servir às pessoas,
e, vai mais longe ao escrever que a tecnologia que irá prosperar será aquela
criada pelas necessidades culturais dos seres humanos.
Uma experiência deste tipo já fora testada, nos EUA.
Conforme artigo publicado no Observatório da Imprensa, escrito pelo jornalista
Carlos Castillo, http://www.observatoriodaimprensa.com.br/posts/view/a-revolucionaria-tv-hiperlocal-via-web,
os habitantes da pequena cidade de Temecula, no sul da Califórnia, participaram
de uma experiência, até então vista como inédita em matéria de interatividade e
de convergência de mídias, entre TV e Web.
Na ocasião, a tentativa de aproximar a geração de
conteúdos televisivos, fora disponibilizado para comunidades de até 100 mil
moradores, via a emissora KZSW, que colocou sua programação toda no site
YouTube, quebrando uma tendência em termos técnicos e jurídicos relacionados á
instalação de antenas e transmissões.
Escrevia o autor da matéria que, esta iniciativa,
abrira uma “brecha no sistema legal” sobre as concessões de frequências
televisivas, a parte dos “conchavos políticos” reduzindo, sobremaneira, custos,
além de qualificar e de aumentar a audiência, através do mecanismo (on demand),
ou seja, segundo a vontade do espectador, nesta nova plataforma virtual.
Aqui no Brasil, estas concessões de emissoras de
rádio e de TV´s, infelizmente, ainda estão reféns destes conchavos, que na
América se buscou quebrar, e, se submete a algo semelhante aos “mimos”,
condenados pela Declaração de Chapultepec (1994), onde ao exercício do
jornalismo, diz no capítulo VI – “Os
meios de comunicação e os jornalistas não devem ser objeto de discriminações ou
favores em função do que escrevam ou digam”, entretanto, muitas das vezes,
ainda entregues em épocas eleitorais por congressistas a amigos, ou a eles
mesmos, como detentores de canais televisivos e radiofônicos.
Em “Um Perfil da TV Brasileira” de Sergio Matos, www.sergiomattos.com.br, encontramos
um ótimo histórico da origem e do desenvolvimento da TV no Brasil. Segundo
texto de Mattos, desde o seu início, a televisão brasileira teve uma
característica. Para ele todas as 183 emissoras hoje em funcionamento estão
sediadas em áreas urbanas, suas programações são dirigidas às populações
urbanas e são orientadas para o lucro (com exceção das estações estatais) e
funcionam sob o controle direto e indireto da legislação oficial existente para
o setor.
Vemos na história do nosso país que, diferente do
modelo americano, que se inspirou no cinema, a nossa TV nascera em cima do
formato do rádio. Para Mattos, o processo
de concessão da televisão brasileira, inicialmente, foi efetivado a partir do
favoritismo político. A proliferação de estações de TV começou, entretanto,
muito antes do Golpe Militar de 1964, mais precisamente durante a administração
do presidente Juscelino Kubitschek, e prolongou-se até o governo da Nova
República, de José Sarney. A Constituição de 1988 estabeleceu normas e
diretrizes que anulam o critério casuístico utilizado até então.
O capítulo da Comunicação Social da nova
Constituição brasileira, no artigo 21 diz
que compete à União (...) explorar, diretamente ou mediante autorização,
concessão ou permissão (...) os serviços de radiodifusão sonora e de sons e
imagens” (resumo Informativo Intervozes – revista e concessões web).
Segundo Sergio Mattos, esta reformulação impõe algumas regras à concessão de
canais de rádio e televisão. A partir de sua promulgação o ato de outorga ou
renovação da concessão de uma emissora depende da aprovação do Congresso
Nacional e não apenas da decisão pessoal de quem esteja no exercício da
Presidência da República.
Onde queremos chegar com
esta analogia. Nossa pesquisa descobriu que no próximo dia 18 de abril de 2013,
(conforme matéria da jornalista da Globo.com - Patrícia Kogut de 13/04/2013); “O Canal Futura vai lançar, na internet, o
documentário “De volta”. Trata-se de uma iniciativa nova que explora o contexto
da tecnomediação e que tenta articular conteúdos que circulam em fluxos adiante.
Por fim, esta noticia nos coloca a questão sobre como
nós, consumidores, organizados, agora em redes de contatos, nos apropriamos de
modo social da mídia. Talvez, num futuro não tão distante, não dependamos mais
das empresas jornalísticas para nos informar.
Concluo que
o nosso grande desafio está em discernirmos os rumos éticos das praticas
comunicacionais neste novo espaço, onde as notícias vão permear os debates e,
antecipar os acontecimentos locais; numa velocidade em que as mídias terão se
não se inovarem, se não se desapegarem dos valores tradicionais, de reciclar os
métodos de informar e “influenciar”. Esta nascendo um novo modo de nos
relacionar, em redes, cada vez mais ávidas por conteúdos perecíveis.
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