quinta-feira, 6 de junho de 2013

TV e Web uma interação possível
  
            Em a Televisão na Era Digital, - Interatividade, convergência e novos modelos de negócios Newton Cannito, prognosticava, que As pessoas não existem para servir à tecnologia, a tecnologia é que existe para servir às pessoas, e, vai mais longe ao escrever que a tecnologia que irá prosperar será aquela criada pelas necessidades culturais dos seres humanos.
Uma experiência deste tipo já fora testada, nos EUA. Conforme artigo publicado no Observatório da Imprensa, escrito pelo jornalista Carlos Castillo, http://www.observatoriodaimprensa.com.br/posts/view/a-revolucionaria-tv-hiperlocal-via-web
os habitantes da pequena cidade de Temecula, no sul da Califórnia, participaram de uma experiência, até então vista como inédita em matéria de interatividade e de convergência de mídias, entre TV e Web.

Na ocasião, a tentativa de aproximar a geração de conteúdos televisivos, fora disponibilizado para comunidades de até 100 mil moradores, via a emissora KZSW, que colocou sua programação toda no site YouTube, quebrando uma tendência em termos técnicos e jurídicos relacionados á instalação de antenas e transmissões.

Escrevia o autor da matéria que, esta iniciativa, abrira uma “brecha no sistema legal” sobre as concessões de frequências televisivas, a parte dos “conchavos políticos” reduzindo, sobremaneira, custos, além de qualificar e de aumentar a audiência, através do mecanismo (on demand), ou seja, segundo a vontade do espectador, nesta nova plataforma virtual.

Aqui no Brasil, estas concessões de emissoras de rádio e de TV´s, infelizmente, ainda estão reféns destes conchavos, que na América se buscou quebrar, e, se submete a algo semelhante aos “mimos”, condenados pela Declaração de Chapultepec (1994), onde ao exercício do jornalismo, diz no capítulo VI – “Os meios de comunicação e os jornalistas não devem ser objeto de discriminações ou favores em função do que escrevam ou digam”, entretanto, muitas das vezes, ainda entregues em épocas eleitorais por congressistas a amigos, ou a eles mesmos, como detentores de canais televisivos e radiofônicos.

Em “Um Perfil da TV Brasileira” de Sergio Matos, www.sergiomattos.com.br, encontramos um ótimo histórico da origem e do desenvolvimento da TV no Brasil. Segundo texto de Mattos, desde o seu início, a televisão brasileira teve uma característica. Para ele todas as 183 emissoras hoje em funcionamento estão sediadas em áreas urbanas, suas programações são dirigidas às populações urbanas e são orientadas para o lucro (com exceção das estações estatais) e funcionam sob o controle direto e indireto da legislação oficial existente para o setor.

Vemos na história do nosso país que, diferente do modelo americano, que se inspirou no cinema, a nossa TV nascera em cima do formato do rádio. Para Mattos, o processo de concessão da televisão brasileira, inicialmente, foi efetivado a partir do favoritismo político. A proliferação de estações de TV começou, entretanto, muito antes do Golpe Militar de 1964, mais precisamente durante a administração do presidente Juscelino Kubitschek, e prolongou-se até o governo da Nova República, de José Sarney. A Constituição de 1988 estabeleceu normas e diretrizes que anulam o critério casuístico utilizado até então.

O capítulo da Comunicação Social da nova Constituição brasileira, no artigo 21 diz que compete à União (...) explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão (...) os serviços de radiodifusão sonora e de sons e imagens” (resumo Informativo Intervozes – revista e concessões web). Segundo Sergio Mattos, esta reformulação impõe algumas regras à concessão de canais de rádio e televisão. A partir de sua promulgação o ato de outorga ou renovação da concessão de uma emissora depende da aprovação do Congresso Nacional e não apenas da decisão pessoal de quem esteja no exercício da Presidência da República.

Onde queremos chegar com esta analogia. Nossa pesquisa descobriu que no próximo dia 18 de abril de 2013, (conforme matéria da jornalista da Globo.com - Patrícia Kogut de 13/04/2013); “O Canal Futura vai lançar, na internet, o documentário “De volta”. Trata-se de uma iniciativa nova que explora o contexto da tecnomediação e que tenta articular conteúdos que circulam em fluxos adiante.  

Por fim, esta noticia nos coloca a questão sobre como nós, consumidores, organizados, agora em redes de contatos, nos apropriamos de modo social da mídia. Talvez, num futuro não tão distante, não dependamos mais das empresas jornalísticas para nos informar.


            Concluo que o nosso grande desafio está em discernirmos os rumos éticos das praticas comunicacionais neste novo espaço, onde as notícias vão permear os debates e, antecipar os acontecimentos locais; numa velocidade em que as mídias terão se não se inovarem, se não se desapegarem dos valores tradicionais, de reciclar os métodos de informar e “influenciar”. Esta nascendo um novo modo de nos relacionar, em redes, cada vez mais ávidas por conteúdos perecíveis.

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